O Banco Inter, uma das principais fintechs do país, tem enfrentado um momento delicado. Nos últimos dias, a empresa tem promovido demissões em seu quadro de funcionários, o que tem gerado preocupação entre seus clientes e o mercado financeiro em geral.
Até o momento, mais de 100 pessoas foram desligadas da instituição bancária, segundo relatos de empregados demitidos em suas redes sociais.
A situação tem chamado a atenção de especialistas do setor e levantado questionamentos sobre a saúde financeira do Banco Inter.
Inter promove demissões
A notícia da demissão pegou de surpresa uma boa parte dessas pessoas, pois funcionários que estavam tendo seu desempenho elogiado acabaram sendo demitidos.
“Apesar dos feedbacks positivos contínuos, ontem, para a minha surpresa, fui demitido do Inter e dos meus colegas de trabalho que me acompanharam nesses últimos dois anos”, disse um dos profissionais dispensados, de acordo com o MoneyTimes.
Ex-funcionários relatam que este foi o maior corte realizado pelo Inter de uma só vez. Antes, as demissões aconteciam em fases.
A situação do Banco Inter acompanha a tendência de demissões em massa que vem sendo promovida por fintechs e unicórnios do país ao longo dos últimos meses, como o Banco Neon e o iFood.
Este corte no quadro de empregados representa cerca de 2% da força total de trabalho do Inter, que tem cerca de 4,8 mil funcionários, de acordo com informações na página da empresa no LinkedIn.
O que disse o Inter?
O Banco Inter emitiu uma nota em resposta à procura do MoneyTimes. De acordo com a nota, a instituição financeira vem constantemente avaliando sua estrutura e reorganizando as áreas de acordo com as necessidades e demandas do mercado.
O banco também afirmou que todas as demissões foram feitas de acordo com as regras trabalhistas e que os colaboradores que deixaram a empresa receberam os seus direitos e benefícios garantidos por lei.
“O Inter realizou ajustes no quadro de colaboradores, priorizando alguns projetos e adequando a estrutura organizacional para cumprir o planejamento estratégico previsto para os próximos anos. O Inter agradece e destaca o papel de cada colaborador na construção da história da empresa. A Companhia segue realizando contratações alinhadas com o crescimento e a expansão do negócio”.
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Demissões após divulgação de lucro milionário
As demissões no Banco Inter ocorreram logo após a divulgação do lucro líquido de R$ 24,2 milhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma queda de 16% em comparação com o último trimestre de 2021.
No primeiro trimestre de 2022, o banco havia registrado um prejuízo de R$ 28,8 milhões. Apesar disso, a receita líquida do Inter no primeiro trimestre de 2022 alcançou R$ 1,024 bilhão, o que representa um aumento trimestral de 2,2% e anual de 22,9%. O retorno (ROE) foi de 1,4%.
No entanto, apesar da queda nos lucros do primeiro trimestre deste ano, o Banco Inter ainda mantém um bom desempenho, com um crescimento considerável em sua receita líquida, tanto em comparação trimestral quanto anual.
É importante destacar que a pandemia da Covid-19 teve um impacto significativo na economia e, consequentemente, nas finanças das empresas, e pode ter contribuído para a necessidade de ajustes no quadro de funcionários.
Ainda assim, é uma situação delicada para os profissionais demitidos, que agora buscam recolocação no mercado de trabalho.
O Banco Inter se pronunciou sobre o assunto, informando que “realizou uma reorganização interna visando tornar sua estrutura mais enxuta, eficiente e com a agilidade necessária para atender às necessidades do mercado”.
A empresa ainda destacou que “as demissões foram feitas de forma criteriosa e transparente, levando em conta os critérios de desempenho e alinhamento estratégico de cada colaborador”.
A situação no Banco Inter deve ser acompanhada de perto, já que se trata de uma instituição financeira que tem grande relevância no mercado de bancos digitais do país.
