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Beneficiários que alegam morar sozinhos passarão por revisão de dados por parte do governo

Beneficiários que alegam morar sozinhos

Beneficiários que alegam morar sozinhos passarão por revisão de dados por parte do governo

De março a dezembro deste ano, o MDS revisará dados de 5 milhões de beneficiários de programas sociais que afirmam viver sozinhos, como parte dos esforços do governo para aprimorar os critérios de inscrição no CadÚnico.

O CadÚnico, que é gerenciado pelo Suas, é a porta de entrada para mais de 30 programas sociais do governo federal, incluindo o Bolsa Família. Mais de 40 milhões de famílias estão cadastradas, mas apenas uma parcela recebe benefícios, sendo que o Bolsa Família atende a 21,9 milhões de famílias.

O MDS realizará a revisão cadastral com base na renda e composição familiar, além de verificar 2,5 milhões de beneficiários do Bolsa Família que apresentam indícios de irregularidades de renda, de acordo com a CGU.

Segundo o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, há indivíduos com renda elevada de cerca de nove salários mínimos recebendo o Bolsa Família, que é destinado a famílias de baixa renda.

O governo pretende liberar recursos no orçamento do Bolsa Família por meio da revisão, para poder iniciar o pagamento do adicional de R$ 150 destinado a famílias com crianças de até 6 anos, que ainda não foi iniciado. A previsão é que esse pagamento comece em março.

De acordo com o MDS, a revisão cadastral tem como objetivo incluir aqueles que estão fora do programa, mas correspondem aos critérios, e encaminhar os irregulares para outras políticas sociais. A intenção é entender o contexto de cada caso e fazer os encaminhamentos necessários.

Cadastros unipessoais

O MDS está preocupado com o aumento dos cadastros unipessoais, já que o desenho do Auxílio Brasil, programa de transferência de renda anterior do governo, não considerava a composição familiar como critério para repassar o benefício. De dezembro de 2020 a dezembro de 2022, o número de famílias beneficiadas pelo programa aumentou de 14 milhões para 22 milhões.

De acordo com o diagnóstico, em 2021, a média de famílias com mais de uma pessoa diminuiu, enquanto os cadastros de pessoas que afirmam morar sozinhas aumentaram significativamente.

Entre dezembro de 2019 e dezembro de 2022, o número de cadastros unipessoais de beneficiários da transferência de renda aumentou em 224%. Uma das razões para isso pode ter sido o cadastramento individual para o pagamento do Auxílio Emergencial durante a pandemia de Covid-19.

Segundo o MDS, os beneficiários serão convocados para a revisão cadastral e não é necessário que se dirijam às unidades de atendimento da assistência social.

A revisão começará em março e se estenderá até dezembro, e os beneficiários serão contatados por técnicos municipais para a atualização. A convocação será feita pelas prefeituras, através de mensagens no extrato do programa ou via mensagem de texto no celular.

O governo federal também fará uma campanha de conscientização para esclarecer a população sobre como funcionam as regras e os critérios de acesso aos programas e políticas sociais.

Nesse sentido, o app CadÚnico está sendo corrigido e terá novas funcionalidades. Caso o cidadão perceba que não preenche os requisitos para fazer parte do Bolsa Família, poderá solicitar o próprio desligamento por meio do aplicativo.

Reestruturação

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, a Defensoria Pública da União e a Advocacia-Geral da União homologaram um acordo judicial para reestruturar o CadÚnico e a rede Suas, permitindo a busca ativa por pessoas em situação de vulnerabilidade social, como as pessoas em situação de rua e em comunidades indígenas. O acordo também prevê outras medidas para aprimorar o sistema e facilitar o acesso aos benefícios.

Essa é uma ótima iniciativa, a capacitação de agentes municipais para o cadastramento e atualização do CadÚnico é fundamental para garantir o acesso de famílias em situação de vulnerabilidade aos programas sociais.

Além disso, a busca ativa é uma estratégia importante para identificar e incluir aqueles que não estão sendo alcançados pelos programas de transferência de renda.

Espera-se que essa ação contribua para reduzir as desigualdades sociais e melhorar a qualidade de vida de milhões de brasileiros.

O acordo homologado entre o MDS, a DPU e a AGU busca solucionar essas questões por meio da reestruturação do CadÚnico e do Suas, com a capacitação de agentes para a busca ativa de pessoas em situação de vulnerabilidade social, além de outras medidas. O objetivo é fortalecer o atendimento e a assistência às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza no país.

O cofinanciamento é uma transferência de recursos federais para os estados, municípios e o Distrito Federal para apoiar a execução dos serviços, programas e projetos de proteção social básica e especial, que compõem o SUAS.

A previsão do MDS é que os recursos sejam utilizados para aprimorar a qualidade do atendimento e ampliar o acesso da população em situação de vulnerabilidade social aos serviços socioassistenciais, além de garantir a oferta dos benefícios eventuais. A medida é vista como uma forma de fortalecer a articulação entre os entes federativos e reestruturar a rede de proteção social no país.

“Em substituição a essa relação dos gestores locais com os beneficiários, a gestão passada criou um aplicativo para celulares, desejando simplesmente substituir o atendimento presencial. Com isso, houve falhas de orientação e de checagem de dados”, explicou o MDS.

Essa integração do CadÚnico e do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) permitirá a verificação mais precisa dos dados dos beneficiários do Bolsa Família e de outros programas de transferência de renda, evitando fraudes e irregularidades.

A expectativa é de que essa integração possa aumentar a efetividade das políticas sociais e aprimorar a gestão de dados por parte do governo.

A integração entre o CadÚnico e o CNIS deve melhorar o acesso às informações dos beneficiários e otimizar os serviços oferecidos pelos Cras.

Com a integração, será possível realizar o cruzamento de dados dos beneficiários de ações de transferência de renda com as informações de benefícios previdenciários e rendimentos de empregos, o que pode ajudar a identificar possíveis inconsistências e fraudes nos cadastros.

Além disso, os usuários não precisarão fornecer informações que já constam no CNIS, o que pode facilitar o processo de atualização cadastral. A integração será feita mensalmente e deve contribuir para aprimorar a gestão de programas e políticas sociais.

Portanto a busca ativa por pessoas em situação de vulnerabilidade social continuará sendo realizada pelos municípios, mas a integração dos cadastros irá permitir um cruzamento mais eficiente de dados e melhorar a gestão dos programas de transferência de renda, além de tornar o processo de atualização de informações mais fácil e ágil para os beneficiários. E a partir de 2024, a integração será feita online de forma sistêmica.