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Bolsa Família: Governo promete surpresa para depois do Carnaval

Famílias unipessoais

O MDS (ministério do desenvolvimento social)está empenhado em estabelecer o novo Bolsa Família de R$ 600, incluindo uma parcela adicional de R$ 150 para famílias com crianças de 0 a 6 anos. O governo prevê a implementação deste projeto a partir de março deste ano.

“Em fevereiro, inicia a atualização cadastral e uma busca ativa para trazer para dentro do programa quem tem o direito de receber o benefício. O ministério vai ainda retirar os cadastros irregulares. O cartão que a gente libera em fevereiro para pagamento em março já vem atualizado com 150 reais para aqueles e aquelas que a gente tem segurança na atualização do cadastro”, explicou o ministros do MDS, Wellington Dias (PT).

Importante destacar que a parcela extra de R$ 150 terá um limite. Analisando os programas sociais do governo anterior, é possível prever que esse limite será de dois dependentes. Isto significa que, mesmo que a família tenha mais de dois dependentes, apenas dois poderão ser incluídos na parcela adicional.

Se essas previsões se concretizarem, as famílias beneficiárias com dois ou mais dependentes poderão receber R$ 900 por mês. Esse montante é obtido pela soma do valor fixo do Bolsa Família (R$ 600) mais duas parcelas extras (R$ 150 cada), totalizando R$ 300 por mês.

Antes de mais nada, o Pente Fino do Cadastro Único

Desde o início deste ano, a equipe do MDS tem realizado uma revisão minuciosa do Cadastro Único (CadÚnico). O objetivo é identificar quaisquer irregularidades no banco de dados, que serve como base para todos os programas sociais no Brasil, determinando a composição das famílias e definindo quais programas elas têm direito.

A revisão minuciosa do Cadastro Único (CadÚnico) tornou-se necessária devido ao crescimento incomum de cadastros unipessoais detectado pela equipe de transição do governo anterior. Entre setembro de 2021 e agosto de 2022, foram registrados cerca de 5 milhões de novos cadastros unipessoais, destinados a famílias formadas por uma única pessoa, em menos de um ano.

“São 10 milhões de cadastros que a gente acredita que tem indícios de irregularidades. Destes, cerca dos 6 milhões são famílias unipessoais”, destacou. “O Brasil normalmente tem 3,1 pessoas por família. E pela regra última, agora, principalmente do ano de 2022, [teve] 2,5 pessoa por família. Então houve um crescimento de família unipessoal fora da realidade, de qualquer proposta. Então há aí um indício de irregularidade e o recadastramento com certeza vai nos dar segurança para quem tiver irregular sair.”

O Ministro informou que o líder do Executivo destacou que o objetivo principal do governo é erradicar a fome e a insegurança alimentar no país. De acordo com o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19, aproximadamente 33,1 milhões de pessoas no Brasil não têm acesso garantido à alimentação.

Isso indica que aproximadamente 14 milhões de brasileiros agora enfrentam a fome. De acordo com pesquisas da ONU, mais da metade da população brasileira (58,7%) lida com a insegurança alimentar. Recentemente, o escândalo envolvendo os Yanomami revelou uma crise humanitária na tribo indígena, que tem sofrido com a desnutrição.

Busca Ativa do Bolsa Família

O Ministério do Desenvolvimento Social está considerando a criação de um programa de Busca Ativa para localizar famílias elegíveis para os programas sociais, mas que ainda não estão recebendo os benefícios.

Isso permitirá que as famílias que têm direito possam entrar no programa, ao mesmo tempo em que o pente fino do Cadastro Único remove aquelas que não são elegíveis.

Como não poderia ser diferente, o já sobrecarregado Bolsa Família vai ter a honra de ser presenteado com a interminável fila de espera do infelizmente extinto Auxílio Brasil.
De acordo com o lendário Ministério da Cidadania, o Auxílio Brasil encerrou 2022 com uma fila de aproximadamente 128 mil pessoas ansiosas por receber o benefício, que agora serão gentilmente transferidas para o Bolsa Família.