Bancos abandonam beneficiários do INSS após decisão do governo. Os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) enfrentam dificuldades para solicitar empréstimos consignados em bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, bem como em bancos privados como Itaú e Bradesco.
Essa decisão foi confirmada por membros do Ministério da Fazenda, que afirmam que os bancos alegam que o novo teto de juros, estabelecido em 1,70% pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), seria impraticável.
Essa suspensão temporária ocorreu apenas alguns dias após a decisão do CNPS em reduzir a taxa de juros de 2,14% para 1,70%. No entanto, os bancos afirmam que não será possível oferecer empréstimos consignados para o público do INSS com essas condições.
Portanto, essas instituições decidiram suspender temporariamente a oferta de empréstimos consignados, pelo menos até que o Governo Federal tome uma nova decisão.
Essa mudança pode ser preocupante para muitos beneficiários do INSS que dependem desses empréstimos para atender às suas necessidades financeiras.
A redução da taxa de juros tinha como objetivo tornar esses empréstimos mais acessíveis e justos para o público do INSS, mas a suspensão temporária da oferta deixa muitos desses beneficiários na mão.
A situação exige uma solução rápida e efetiva por parte do Governo Federal e dos bancos envolvidos, para que os beneficiários do INSS não sejam prejudicados.
Logo após a reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) no início desta semana, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) emitiu uma nota, alertando que a redução da taxa de juros para empréstimos consignados no INSS poderia ter um efeito contrário.
A organização previu que muitos bancos poderiam deixar de oferecer essa linha de crédito devido às novas condições menos favoráveis.
De acordo com dados oficiais do Ministério da Previdência, cerca de 17 milhões de brasileiros estão inscritos no sistema de empréstimos consignados do INSS.
Desses, estima-se que quase 90% estejam associados a bancos privados, enquanto os outros 10% estejam ligados a instituições como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
Sem confirmação oficial
Embora aliados do Ministério da Fazenda já sugiram a retirada do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, oficialmente, esses bancos ainda não confirmaram se sairão ou não do sistema de empréstimos consignados do INSS.
De acordo com a Febraban, cada banco possui sua própria estratégia comercial de negócios na concessão de linhas de crédito, e não houve nenhuma decisão coletiva. A instituição acrescenta que nenhum banco que oferece empréstimos consignados para aposentados do INSS reportou à Febraban a suspensão da linha de crédito.
Lupi e o consignado
O Ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), liderou a decisão de reduzir o teto da taxa de juros para empréstimos consignados do INSS. Nas redes sociais, ele comemorou a publicação da decisão do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) no Diário Oficial da União (DOU).
Lupi declarou que assume a responsabilidade com prazer, pois está defendendo o lado mais vulnerável da sociedade. Ele ainda acrescentou: “Eu encaro de frente. Não tenho medo de cara feia.”
O Ministro questionou por que os bancos cobram 1,61% de juros nos consignados de funcionários públicos e 2,14% dos aposentados pelo INSS. Ele destacou a discrepância entre as taxas de lucro desses empréstimos e defendeu a redução das taxas para beneficiar os aposentados.
Empréstimo
O consignado é um tipo de empréstimo no qual o cidadão paga a dívida por meio de descontos mensais na sua aposentadoria. Atualmente, a taxa máxima de juros é de 2,14% ao mês. No entanto, para que a redução da taxa entre em vigor, é necessária a oficialização por meio de uma portaria interna do INSS. Além disso, a medida afetará apenas os novos contratos, sem impacto para aqueles já inseridos no sistema.