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Especialistas apontam que ampliação dos benefícios do Bolsa Família diminuiu a busca por emprego

Novo Bolsa Família de 2023

Especialistas apontam que ampliação dos benefícios do Bolsa Família diminuiu a busca por emprego

Especialistas apontam que ampliação dos benefícios do Bolsa Família diminuiu a busca por emprego. Desde meados do ano passado, os programas de transferência de renda do governo federal passaram por ampliações significativas, tanto no número de beneficiários quanto nos valores pagos.

Especialistas ouvidos pelo site da CNN Brasil apontam que este seria um dos fatores que contribuíram para a queda na procura por emprego no país.

No entanto, é preciso lembrar que há outros fatores que influenciam esses dados.

A taxa de participação na força de trabalho, que mede o percentual de brasileiros empregados ou em busca de emprego no país, vem diminuindo gradativamente desde o ano passado, período em que o antigo programa de transferência de renda criado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a pagar um valor maior para seus beneficiários e incluiu milhões de novas famílias ao programa.

Essa tendência de queda continuou nos meses seguintes, quando o novo programa social foi lançado.

A medida que o domicílio já conta com uma geração mínima de renda, os membros inativos têm pouco incentivo a buscar uma ocupação”. Ou seja, Acredita-se que o aumento do valor pago pode ter deixado as famílias vulneráveis um pouco mais despreocupadas em relação à necessidade de conseguir um trabalho.

Bolsa Família e os empregos no Brasil

No entanto, é importante destacar que essa não é a única explicação para a queda na taxa de participação na força de trabalho, e que o Bolsa Família ou outros programas sociais não necessariamente são responsáveis por esse fenômeno.

Isso ocorre porque os programas de transferência de renda, como o atual criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em março, têm o objetivo de auxiliar as famílias em situação de vulnerabilidade social, que por definição são as mais carentes do país.

Essas famílias têm recursos muito limitados para comprar alimentos e pagar contas básicas, como água, gás e energia, o que, por si só, já representa um grande incentivo para a busca de uma renda formal.

Além disso, os valores pagos pelo Auxílio Brasil ampliado no ano passado não eram suficientes para comprar uma cesta básica em 14 dos 26 estados brasileiros.

Portanto, fica evidente que os R$600 do antigo Auxílio Brasil ou do atual Bolsa Família não são capazes de suprir todas as necessidades de uma família, sendo um benefício complementar para essas famílias.

É improvável que as famílias do programa, que geralmente são numerosas, tenham deixado de buscar empregos formais para sobreviverem com uma renda que, por si só, não é suficiente para atender nem às necessidades básicas das famílias.

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Outros fatores, além do Bolsa família

A reportagem aponta que, além do Bolsa Família, outros fatores podem estar contribuindo para a redução da taxa de participação na força de trabalho.

Um dos principais motivos seria o adiantamento da aposentadoria de trabalhadores mais velhos, que puxou para baixo a taxa de participação, já que a medida considera tanto os empregados quanto aqueles que procuram por trabalho.

No entanto, a pandemia também é um fator relevante que desacelerou a economia e resultou em menos contratações, o que pode ter levado muitos brasileiros a desistir de procurar emprego formal, os chamados desalentados.

Além disso, muitas famílias foram afetadas pela crise e perderam renda, o que pode ter levado algumas delas a recorrerem a programas sociais de transferência de renda.

Porém, é importante destacar que os programas sociais, como o Bolsa Família e o atual Auxílio Brasil, têm como objetivo auxiliar as famílias em situação de vulnerabilidade social, que por definição são as mais carentes do país.

Mesmo com a ampliação dos benefícios, os valores pagos ainda são insuficientes para atender todas as necessidades dessas famílias, sendo um auxílio complementar para garantir o mínimo de subsistência.

Assim, é pouco provável que essas famílias deixem de procurar empregos formais para sobreviverem apenas com a renda dos programas sociais.