Quem mora sozinho vai perder o Bolsa Família?

O programa Bolsa Família passará por um “pente-fino” com o objetivo de bloquear benefícios para famílias que não atendem aos requisitos do programa. Os alvos da investigação serão os chamados singles domiciliários, ou seja, os agregados familiares constituídos por uma pessoa.

Segundo nota do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, o esquema será atualizado para que apenas quem tenha direito ao benefício possa utilizá-lo.

“A atualização do cadastro vai permitir com segurança o desligamento de quem recebe o Bolsa Família sem preencher os requisitos, pessoas que foram induzidas ao cadastramento pelo governo anterior”, disse o ministro.

Quem mora sozinho vai perder o benefício?

Wellington Dias esclareceu na quarta-feira, 11, a situação das pessoas que moram sozinhas e que o grupo será investigado de perto.

“O Brasil normalmente tem 3,1 pessoas por família. E pela regra última, agora, principalmente do ano de 2022, [teve] 2,5 pessoa por família. Então houve um crescimento de família unipessoal fora da realidade, de qualquer proposta. Então há aí um indício de irregularidade e o recadastramento com certeza vai nos dar segurança para quem tiver irregular sair”, informou o ministro.

Em seu discurso de posse, Dias disse que as pessoas poderiam ser induzidas a se cadastrar como várias famílias de uma pessoa para ganhar mais Bolsa Família; quando na verdade fazem parte de um grupo familiar.

A investigação não vai bloquear o Bolsa Família para quem mora sozinho e precisa muito de ajuda, mas para quem tem dados de renda omitidos.

Mães solteiras no Brasil

O Brasil tem mais de 20 milhões de mães solteiras, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Dessas mulheres, apenas aquelas com filhos de até 6 anos terão acesso a uma parcela extra do novo Bolsa Família.

Durante o período do Auxílio Emergencial, essas mães receberam R$ 1.200. Como o benefício deixou de ser pago, foi instituída uma lei (PL) para dar assistência permanente às mães solteiras chefes de família. No entanto, até agora nada foi definido. Portanto, essas famílias continuam sem apoio do governo.

Parcela de R$ 150 do Bolsa Família

Como o ministro do Desenvolvimento Social já mencionou, a partir de março ele começará a pagar o benefício para famílias com filhos de até seis anos. O valor será depositado no Bolsa Família de R$ 600.

Até lá, a pasta deve trabalhar na atualização do Cadastro Único, ferramenta do governo federal que identifica e caracteriza famílias de baixa renda, público-alvo de benefícios sociais.