Caixa toma decisão final sobre o consignado do Bolsa Família
A decisão da Caixa Econômica Federal de interromper o empréstimo consignado do Auxílio Brasil é uma ação importante que deve ser analisada com cautela. Embora a suspensão já estivesse em vigor desde o dia 12 de janeiro e fosse submetida a uma revisão, a interrupção definitiva da modalidade de crédito pode trazer impactos significativos para muitos beneficiários.
É compreensível que a Caixa tenha tomado medidas para se adequar à regulamentação determinada pelo Governo Federal. No entanto, é importante lembrar que o empréstimo consignado era uma opção viável para muitas pessoas que precisavam de recursos adicionais para arcar com despesas emergenciais ou investir em suas atividades profissionais.
Além disso, a interrupção do empréstimo consignado do Auxílio Brasil pode ter um efeito cascata em outras áreas da economia, como o comércio e os serviços. Com menos recursos disponíveis, muitos beneficiários podem reduzir seu poder de compra e, consequentemente, afetar negativamente o desempenho desses setores.
Portanto, é importante que a Caixa e o Governo Federal revejam essa decisão e busquem soluções que atendam tanto às exigências regulatórias quanto às necessidades dos beneficiários do Auxílio Brasil.
O banco, que detém a maior parte das contratações do empréstimo consignado do Auxílio Brasil, vinha aplicando uma taxa de juros mensal de 3,5%.
Vale lembrar que, no início deste mês de fevereiro, o Governo Federal realizou algumas mudanças significativas, como a diminuição do limite máximo de desconto mensal para beneficiários, de 40% para 5%.
As parcelas do empréstimo consignado do Auxílio Brasil foram reduzidas de 24 para seis, e o limite máximo de juros de 3,5% foi reduzido para 2,5% ao mês. Apesar dessas mudanças significativas, a presidente da Caixa Econômica, Rita Serrano, afirmou que a reformulação das regras não é suficiente, já que a operação “não se paga”.
“Para os contratos já realizados, nada muda. O pagamento das prestações continua sendo realizado de forma automática, por meio do desconto no benefício, diretamente pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS)”, disse o banco estatal em nota.
Segundo a presidente da Caixa, a disponibilização do empréstimo consignado do Auxílio Brasil teve uma motivação política. No entanto, a instituição foi responsável por disponibilizar a maior oferta de crédito, no valor de R$ 7,6 bilhões. Apesar disso, Rita Serrano afirma que o banco não pode conceder um empréstimo para “uma pessoa se alimentar” em um programa de auxílio.
Dívidas do consignado do Auxílio Brasil serão perdoadas?
Rita Serrano negou a possibilidade de perdoar as dívidas de pessoas que já contrataram o empréstimo consignado do Auxílio Brasil. Segundo ela, se houver um perdão de dívida, esse recurso precisará ser proveniente da União e não do banco.
Serrano afirmou que não está preocupada com um possível aumento da inadimplência após a revisão que o governo pretende fazer nos beneficiários dos programas sociais. De acordo com ela, “é possível que ocorra alguma inadimplência, mas isso já foi considerado no cálculo dos juros”.
Conforme o nome sugere, o empréstimo consignado do Auxílio Brasil era oferecido somente para os beneficiários do programa social. Atualmente, o programa de transferência de renda atende a 20,65 milhões de famílias em situação de vulnerabilidade social, sendo que dados do Ministério da Cidadania apontam que 70% dos brasileiros vivem nessas condições.
Para fazer a solicitação do consignado do Auxílio Brasil era preciso:
- Estar inscrito no Auxílio Brasil, com renda familiar de até R$ 205,00 por pessoa;
- Estar com os dados atualizados no Cadastro Único;
- Autorizar presencialmente a solicitação do crédito consignado.