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Desenrola Brasil: liberado quem poderá renegociar dívidas

O Desenrola Brasil é um programa do governo federal que visa ajudar brasileiros que contrataram empréstimos do Auxílio Brasil e se encontram em situação de inadimplência.

Ainda é preciso definir o valor dos descontos oferecidos aos devedores e qual será a taxa de juros, porém, o público-alvo já está definido e o programa de renegociação de dívidas do governo federal deve ser voltado para pessoas que ganham até dois salários mínimos, o que hoje equivale a 2600 reais.

O plano, que visa reduzir o endividamento das famílias brasileiras, vem batendo recordes. Há indícios de que cerca de 80 milhões de pessoas, incluindo dívidas bancárias, serão beneficiadas com o esquema. Isaac Sidney, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), comentou a criação do esquema.

“Atualmente, existem questões operacionais significativas que precisam ser abordadas, bem como tópicos conceituais importantes a serem discutidos. O objetivo é criar um programa transparente, com regras e condições claras de acesso, que utilize recursos públicos e privados da melhor forma possível.” afirmou Sidney.

Governo apressa lançamento do Desenrola Brasil

O programa de renegociação da dívida deveria ter sido lançado em janeiro, mas houve atrasos. No momento, a equipe também aguarda o retorno do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que está em Dallas para o Fórum Econômico Mundial, concluindo sua programação oficial. A expectativa é que o ministro volte rápido e lance o programa o quanto antes, principalmente porque o presidente está pedindo à sua equipe que priorize o Desenrola.

Segundo a equipe do governo Lula, o Desenrola Brasil poderia aumentar a popularidade do presidente, talvez até mais do que a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Além disso, deve diminuir a frustração popular depois que Lula informou que o salário mínimo não teria um reajuste consciente. Ao que tudo indica, o aumento será menor do que o prometido e ficará em R$ 1.302. Lula prometeu salário de até R$ 1.320, mas preocupações com gastos econômicos impedem o aumento prometido.

Desenrola Brasil e o Consignado do Auxílio Brasil

Um dos objetivos do governo Lula com o Desenrola Brasil é resolver a questão da ajuda confiada ao Brasil. O empréstimo começa em outubro de 2022 para famílias desfavorecidas socioeconomicamente, e até especialistas alertam sobre o autoendividamento.

Isso porque revogada a taxa de juros máxima do Ministério da Cidadania de 3,5%. Desta forma, os bancos têm aplicado taxas de juro que chegam aos 3,45%, uma das mais elevadas do mercado.

Além disso, os beneficiários deduzirão 40% da parcela fixa de seus benefícios, de modo que as famílias recebem um desconto de R$ 160 no Auxílio Brasil. Vale lembrar que, para muitas famílias, o benefício de transferência de renda é a única fonte de renda.

Uma opção para o governo é conceder anistia da dívida aos beneficiários para que eles não tenham que pagar pelos benefícios. No entanto, Maria Rita Serrano, a nova presidente da Caixa Econômica Federal, diz que isso é improvável. Porque alguém tem que arcar com o custo. Portanto, se o indulto for implementado, o governo precisará devolver R$ 9 bilhões aos bancos, inclusive privados.

Em pouco tempo, o Desenrola Brasil se tornou uma das melhores opções para beneficiários que precisavam quitar empréstimos salariais do Auxílio Brasil. “É grave o problema dos endividados do Auxílio Brasil ou do Bolsa Família, o chamado consignado. Primeiro, já do ponto de vista da própria legalidade. O programa foi usado, no período de eleição, com objetivos claramente eleitorais. O presidente Lula já demonstrou sensibilidade com o tema desde a campanha”, afirmou Wellington Dias sobre a situação do Consignado do Auxílio Brasil.