Visão de Investidor

Embora o ano de 2023 ainda pareça distante, o Governo Federal já iniciou as discussões sobre o salário mínimo para 2024. Há duas propostas em debate, cada uma gerando um valor diferente.

O presidente da república terá que escolher entre a proposta apresentada pelo Ministério da Fazenda e a proposta apresentada pelo Ministério do Trabalho.

A disputa interna do governo sobre o assunto deve ganhar novos capítulos nos próximos dias.

A seguir, destacamos os principais pontos de cada proposta em discussão para que os cidadãos possam compreender as implicações de cada uma delas no próximo ano.

A ideia do Ministério da Fazenda

Como seria realizado o cálculo? De acordo com informações obtidas pelo portal R7, o plano do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), é estabelecer o valor do salário mínimo com base no Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos dois anos anteriores e na inflação do ano anterior.

E qual seria o valor do salário mínimo para 2024? Caso essa proposta seja aceita, o salário mínimo do próximo ano seria elevado de R$ 1.320 para R$ 1.419.

E qual seria o impacto econômico disso? Se o presidente optar por essa opção, a União teria que desembolsar cerca de R$ 10,5 bilhões apenas no ano de 2024.

A ideia do Ministério do Trabalho

Como seria o cálculo? De acordo com informações obtidas pelo jornal O Globo, a ideia que será apresentada pelo Ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), indica que o Governo Federal terá como base duas variáveis: o PIB completo de dois anos anteriores e também a inflação do ano anterior.

Qual seria o valor para 2024? Caso essa ideia seja aceita pelo presidente, o valor do salário mínimo para o próximo ano subiria de R$ 1.320 para R$ 1.429, ou seja, R$ 10 a mais do que a proposta de Haddad.

Qual seria o impacto para a economia? Os R$ 10 podem parecer pouco para os trabalhadores, mas representariam um impacto de R$ 3,5 bilhões a mais do que a proposta apresentada pelo Ministério da Fazenda.

O salário mínimo

Atualmente, os trabalhadores brasileiros recebem um salário mínimo de R$ 1.302, um valor que já representa um aumento real em relação aos R$ 1.212 do ano passado, durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

No entanto, este valor será elevado novamente ainda este ano. Em uma entrevista recente, o presidente Lula confirmou que a ideia é aplicar o novo aumento a partir do dia 1º de maio.

“Já combinamos com movimentos sindicais, com o Ministério do Trabalho e com o ministro Haddad que, em maio, vamos reajustar o valor do salário mínimo para R$ 1.320 e estabelecer uma nova regra para o piso, levando em conta não só a reposição da inflação, mas também o crescimento do PIB, porque é a forma mais justa de distribuir o crescimento da economia”, disse ele.

Por isso, espera-se que o salário mínimo continue a crescer de forma justa e equilibrada, proporcionando melhores condições de vida para os trabalhadores brasileiros.

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Aumento real

Independentemente do modelo escolhido por Lula para definir o salário mínimo do próximo ano, uma coisa é certa: o reajuste será real. Essa foi uma promessa de campanha do presidente.

Em uma entrevista coletiva, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), que é próxima ao Ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT), confirmou que o reajuste real será concedido.

“Não há a menor possibilidade de o presidente (Lula) não conceder um aumento real do salário mínimo no próximo ano. Se necessário, vamos encontrar os recursos necessários em outras áreas, mas o presidente não irá descumprir uma promessa de campanha”, afirmou Simone Tebet.