Veja em qual região do Brasil o benefício do INSS pode demorar mais de 5 meses para ser concedido
De acordo com os dados do Boletim Estatístico da Previdência Social, elaborado pela Secretaria de Políticas de Previdência Social/Coordenação-Geral de Estatística, Demografia e Atuária, demora mais de 5 meses para obter o benefício do INSS.
De acordo com o estudo, em janeiro a duração média da concessão dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi de 94 dias – a maior desde abril de 2021, quando foi de 102 dias.
No Tocantins, porém, esse período chegou a 155 dias. Em Sergipe e Pará 143.
Prazos de análise do INSS
Em junho passado, entraram em vigor novos prazos de análise de benefícios, que variam de 30 dias a 90 dias, dependendo dos benefícios.
Anteriormente, a lei estabelecia um prazo máximo de 45 dias para analisar todos os benefícios, mas a agência não cumpria esse prazo.
No primeiro ano da pandemia, o INSS conseguiu cumprir o prazo máximo de 45 dias em poucos meses. Mas em dezembro de 2020, esse número saltou para quase 100 dias. Janeiro, abril de 2021 atingiu 108 e 102, respectivamente.
No caso dos benefícios assistenciais a deficientes e idosos (BPC) e outras pensões, esse prazo é de 90 dias.
Veja abaixo as datas de análise de cada benefício e assistência da Previdência Social:
- Salário-maternidade: 30 dias
- Aposentadoria por invalidez comum e acidentária: 45 dias
- Auxílio-doença comum e por acidente do trabalho: 45 dias
- Pensão por morte: 60 dias
- Auxílio-reclusão: 60 dias
- Auxílio-acidente: 60 dias
- Benefício assistencial à pessoa com deficiência (BPC): 90 dias
- Benefício assistencial ao idoso (BPC): 90 dias
- Aposentadorias, salvo por invalidez: 90 dias
Para os serviços que exigem perícia médica e avaliação social, o prazo é contado a partir da conclusão dessas etapas.
Nesse caso, o prazo para realização do exame médico e da avaliação social será de 45 dias, podendo chegar a 90 dias para locais de difícil acesso.
Esses termos, válidos por dois anos, foram pactuados entre o INSS, o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública Federal (DPU) e foram aprovados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro de 2020.
Quase 1,8 milhão de benefícios estão pendentes
Em janeiro, foram examinados 1.763.859 pedidos de benefícios. Desse número, 1.479.351 aguardavam a primeira avaliação pela Instituição Nacional do Seguro Social, e 284.508 já haviam passado pela análise do instituto e exigiam que o segurado apresentasse documentação para preenchimento.
No total de solicitações analisadas, o número de espera de resposta superior a 45 dias foi bem maior: 1.328.788. Os 435.071 restantes esperaram na fila por até 45 dias.
A região Nordeste foi a região com maior número de pedidos aguardando análise. Olhe abaixo:
- Nordeste: 608.048
- Sudeste: 588.862
- Sul: 251.993
- Norte: 173.729
- Centro-Oeste: 140.951
Em dezembro de 2021, o total de pedidos analisados foi de 1.777.043: 1.483.525 aguardando INSS e 293.518 aguardando documentação do segurado.
O total de pedidos de benefícios a aguardar perícia médica analisados foi de 460.241 em janeiro, de 274.851 com um máximo de 45 dias de espera e 185.390 em 45 dias. Em dezembro de 2021, o número de atendimentos aguardando laudo pericial era de 423.904.
O INSS disse ter alcançado o menor número de processos de reconhecimento inicial de direitos e benefícios nos últimos anos em março: 1,6 milhão de pedidos aguardam análise.
Segundo o INSS, “esse declínio é gradativo, mostrando o trabalho diário e a força de vontade dos servidores. Além de ajudar na automação, o investimento em treinamento e a reorganização da estrutura do instituto são fatores decisivos.”
Atualmente, o INSS informa que analisa cerca de 751 mil pedidos de benefícios por mês. O número de novos pedidos por mês é de 674 mil.
Para reduzir o estoque, o INSS atua em várias frentes:
- Capacitação para os servidores
- Ampliação e melhoria do parque tecnológico, juntamente com a compra de aproximadamente 18 mil novos computadores para servidores de teletrabalho e reforma de computadores e redes nas unidades do INSS
- Aprimoramento dos sistemas de trabalho para automação dos processos
- Reabertura das agências do INSS para atendimento presencial agendado
- Reorganização da estrutura hierárquica e funcional
- Um investimento na segurança de acesso aos sistemas corporativos para proteger os servidores e prevenir fraudes
- Acordos de cooperação técnica com empresas, associações, sindicatos e municípios para ampliar o acesso aos serviços previdenciários e acelerar as análises
- Parcerias com outras agências e entidades governamentais para reporte de dados e troca de informações
- Educação previdenciária aos cidadãos por meio da Escola da Previdência
- Simplificação e organização da legislação previdenciária (nova Instrução Normativa)
- Aprimoramento dos canais de atendimento à população, tanto remotamente como telefone 135 e Meu INSS (site e aplicativo) ou presencial no INSS e PrevBarco
- Pedido de contratação de novos servidores
- Proposta de um novo bônus financeiro para incentivar maior análise dos processos no almoxarifado.