Visão de Investidor

O governo federal, por meio do Ministério da Economia, busca reequilibrar a economia brasileira e algumas medidas serão necessárias para alcançar esse objetivo.

No entanto, essas medidas podem não agradar a todos, especialmente o mercado financeiro.

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, já afirmou que o governo está discutindo a possibilidade de estabelecer um limite nos juros rotativos do cartão de crédito.

Essa medida tem como objetivo proteger o consumidor e tornar o crédito mais acessível, mas as instituições financeiras estão preocupadas com uma possível desvalorização das operações de crédito.

O presidente do Nubank, David Vélez, afirmou que a aprovação de um teto para os juros rotativos do cartão teria impacto negativo nos negócios da instituição e no mercado financeiro em geral.

Isso ocorre porque muitos clientes podem perder o interesse no cartão, que deixaria de ser tão rentável.

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniu com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e os CEOs dos bancos privados, incluindo Cristina Junqueira, do Nubank.

Embora a discussão inicial tenha sido sobre as possibilidades de alteração no rotativo, o ministro propôs a criação de um grupo de trabalho para analisar a situação após as preocupações apresentadas pelos representantes dos bancos.

As dívidas com cartões de crédito são geralmente elevadas devido aos juros aplicados. De acordo com o Banco Central, os juros do cartão podem chegar a 24,02% ao mês, totalizando 417,5% ao ano.

O rotativo do cartão é considerado a modalidade de crédito mais cara atualmente.

Consequentemente, o cartão de crédito é responsável por grande parte da inadimplência registrada no país.

De acordo com o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil da Serasa Experian, em fevereiro deste ano, 29,61% dos 70,53 milhões de endividados no Brasil tinham dívidas relacionadas ao cartão de crédito.

Para tentar resolver esse problema, o Congresso Nacional também propõe uma mudança no rotativo do cartão, limitando os juros a 8% ao mês.

Conhecido como “bola de neve”, o rotativo do cartão é uma linha de crédito que inclui a diferença entre o valor total da fatura e o valor pago pelo cliente, além da cobrança de juros, que deve ser paga na próxima fatura do cartão.

O problema é que muitos clientes acabam usando essa modalidade de crédito de forma recorrente e, como os juros são muito altos, a dívida pode rapidamente se tornar impagável.

Além disso, muitas vezes as pessoas não entendem bem como funciona o rotativo do cartão de crédito e acabam se enrolando em dívidas.

Por isso, é importante que os clientes estejam atentos aos juros cobrados e procurem outras alternativas de crédito, como empréstimos pessoais ou consignados, que costumam ter juros mais baixos.

Também é importante tentar evitar o pagamento mínimo da fatura, que só aumenta o valor da dívida.

Por fim, é necessário que o governo e as instituições financeiras trabalhem juntos para encontrar soluções que possam ajudar a população a lidar com as dívidas do cartão de crédito sem prejudicar os negócios do mercado financeiro.

O diálogo entre as partes é essencial para que se chegue a um acordo que seja benéfico para todos os envolvidos.

Nubank libera 3 opção para aumento do crédito