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Consignado do Auxílio Brasil : Saiba o real motivo que levou a nova presidente da Caixa suspender a liberação do crédito

Em 12 de janeiro, Rita Serrano, recém-empossada presidente da Caixa Econômica Federal, anunciou a suspensão dos empréstimos  por meio do Auxílio Brasil. O Banco Público é uma das instituições responsáveis ​​pela distribuição dos empréstimos, enquanto outros grandes bancos do país negaram a oferta do produto.

O empréstimo do Auxílio Brasil foi idealizado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Mas demorou até outubro para o Ministério da Cidadania qualificar os bancos responsáveis ​​pela oferta do produto ao público-alvo, entre eles a Caixa Econômica Federal. O crédito fez sucesso entre os beneficiários e, no primeiro dia, a Caixa desembolsou R$ 112 milhões.

A facilidade de solicitar um empréstimo no Caixa Tem (o mesmo aplicativo usado para pagamentos do Auxílio Brasil) tem ajudado nesse processo. Acontece que existem várias críticas ao crédito de especialistas financeiros e agências de proteção ao consumidor. Isso ocorre porque as pessoas pensam que conceder empréstimos a famílias pobres é uma forma de mantê-las endividadas.

Isso porque o Auxílio Brasil se comprometeu a usar parte do valor do pagamento do benefício para pagar o empréstimo. Dessa forma, um benefício que deveria ajudar no sustento de famílias carentes acaba sendo comprometido. A falta de educação financeira antes da concessão do crédito também foi alvo de críticas.

Por que a Caixa pausou o crédito consignado pelo Auxílio Brasil?

A Caixa Econômica Federal emitiu nota oficial no dia 12 de janeiro notificando a suspensão dos empréstimos por meio do Auxílio Brasil. Segundo o banco, o produto foi suspenso porque “a linha de crédito passará por uma revisão completa de parâmetros e critérios“.

Segundo Rita Serrano, haverá uma revisão dos juros atualmente aplicados no empréstimo. A CEO da estatal informou que a taxa atual para o empréstimo salarial é muito alta, no máximo 3,5 por cento. por mês. A questão é descobrir qual é esse valor e “ver as possibilidades que existem para tentar baixar esses juros“.

Outro motivo que levou à suspensão dos empréstimos do Auxílio Brasil é a revisão cadastral para excluir as famílias que não têm mais direito a recebê-los.

“(…) o Ministério do Desenvolvimento Social vai revisar o cadastro, então, como o ministério vai revisar o cadastro, não é de bom tom que a gente mantenha, porque nós não sabemos quem ficará nesse cadastro ou não“, afirmou Rita Serrano.

O que acontece com quem contratou o crédito consignado pelo Auxílio Brasil

A presidente da Caixa, Rita Serrano, disse que nada muda para os clientes que já fizeram empréstimo consignado no Auxílio Brasil. Isso significa que, nos casos em que o contrato estiver ativo, haverá descontos na mensalidade do benefício até o vencimento do contrato.

A possibilidade de cancelar ou renegociar essa dívida foi levantada, mas o governo ainda não a revisou. A ideia é que o saldo devedor seja incluído no programa Desenrola, que deve começar em março deste ano. Dessa forma, as famílias poderão quitar a dívida e receber novamente o valor integral de seus salários.

Como funciona o empréstimo do Auxílio Brasil

Pela proximidade do lançamento do empréstimo pelo Auxílio Brasil antes das eleições presidenciais, especialistas viram neste produto a estratégia política do ex-presidente Bolsonaro. Após a eleição, dirigentes da Caixa admitiram que a recomendação era limitar a liberação do empréstimo e ter mais prudência.

Por se tratar de um empréstimo consignado, a ideia é que o pagamento do empréstimo seja um desconto direto das parcelas no valor da transferência do benefício.

Mas existem regras como:

  • Número de parcelas: até 24, ou seja, pagamento em dois anos;
  • Taxa de juros: máximo de 3,5% ao mês;
  • Margem consignável: 40% sobre o auxílio de R$ 400 (que era o valor estabelecido por lei);
  • Valor de cada parcela: mínimo de R$ 15 e máximo de R$ 160.